ARQUITETURA ORNITOLÓGICA

Onde Ano
Museu da Casa Brasileira 1998

Em 1996, apresentamos no Museu da Casa Brasileira a exposição “Arquitetura e Humor”, onde analisamos, através de maquetes, os graves problemas urbanísticos da cidade de São Paulo.
Desta vez, em “Arquitetura Ornitológica”, nosso foco recai sobre problemas insignificantes da cidade, como a relação entre os pássaros e a arquitetura.
Curiosos paralelos entre pássaros e seres humanos são ainda traçados em textos repletos de sutilezas, que acompanham cada uma das 15 casas de passarinhos que ora apresentamos – do Tucano ao Piu-Piu, do Beija-Flor ao Cuco.
Na descrição de suas personalidades, seus hábitos, sua aparência física ou ainda seu modo de viver há uma crítica contundente aos costumes de nossa sociedade – é falar de coisas sérias por meio da arquitetura, com muito humor.

Isay Weinfeld e Marcio Kogan

AUTORES

Isay Weinfeld
Marcio Kogan

COLABORADORES

Domingos Pascali
Diana Radomysler
Oswaldo Pessano

MAQUETES E EFEITOS

Shinobu Kamimura
Ícaro Machado Hueza

SUPORTE

Cristina Santocchi
Déborah Gonçalves
Gabriel Kogan
Raquel Kogan
Sonia Galli
Paula Weinfeld
Ricardo do Nascimento
Viva Kauffmann

PIU-PIU
Sou meigo.
Vivo num mundo de fantasia.
Meu nome em português é mais legal que meu nome em inglês.
Às vezes sou um pouco cabeçudo.
Saio pouco de casa, por causa dos autógrafos. Causo inveja ao Pica-Pau.
Sou pequeno e sei que tenho uma aparência meio frajola.
Estou feliz porque não faço parte do menu do coquetel de inauguração desta exposição.
Agora, dá licença, porque eu acho que eu vi um gatinho…

TUCANO
Ave migratória.
Possui bico verde e é bom de papo amarelo.
Adaptou-se perfeitamente na região do Planalto Central.
Aparece ao redor de aeroportos e gosta de pousar sobre árvores altaneiras.
É uma das aves mais loquazes da região.
Sua vocalização inspirou vários nomes onomatopaicos, entre eles o “pia-pouco”.
Antes de aparecer no Brasil, era visto com frequência na região de Sorbonne.
Alimenta-se periodicamente de buchada de bode.

BEIJA-FLOR
Ocorre do México à Bolívia, passando por Nilópolis.
Habita campos arborizados, à beira da mata e da passarela.
Por causa de sua plumagem proeminente, é destaque onde quer que se encontre. Alguns são cantadores incansáveis.
Na época da troca de penas, os machos novos costumam assemelhar-se às fêmeas.
Sabem voar para frente e para trás, para os lados, para cima e para baixo, e podem parar instantaneamente em qualquer ponto, como um helicóptero. Ou seja, um luxo.
É amigo do João-de-Barro e do João-Trinta.

PT / EN